terça-feira, 22 de julho de 2008

LULA E O MUNDO.

A capa da Revista Veja dessa semana é sintomática e leva a refletir sobre algo que venho ( eu e mais uma centena de articulistas ) escrevendo há meses. Durante todo o primeiro mandato, o governo de nosso Pequeno Timoneiro não enfrentou nenhuma crise internacional, nem econômica nem política, o que proporcionou um crescimento inercial do PIB, pífio mas ainda assim maior do que segundo mandato de FHC. Uma política econômica ortodoxa e pouco inteligente manteve a estratégia governamental nos mesmos moldes do antecessor, motivando críticas que eram caladas com os pequenos mas reais resultados.

No segundo mandato de nosso Mao Tse Tung tupiniquim, quando se esperava a versão verde amarela da Revolução Cultural, o mundo foi ingrato com Lula. A crise nos mercados internacionais, começando pelos EUA, atingiu em cheio os delírios do politburo petista, impedindo a tão sonhada decolagem do país em direção ao status de potência. Até mesmo a oportunidade gerada pelo etanol não foi capaz de ter por parte do governo as ações efetivas e necessárias. E aí, em pleno ano eleitoral, Lula se vê diante da maior variedade de problemas que já teve em seis anos: o PAC não decola por pura incompetência de sua equipe gestora; a inflação teima em voltar, puxada pela alta da carne que é conseqüência direta da irresponsabilidade governamental há quatro anos atrás durante a ameaça de um surto de febre aftosa; a proclamada auto-suficiência energética esbarra na realidade de uma companhia petrolífera que tem o pior desempenho financeiro entre suas congêneres. Soma-se a tudo isso os escândalos sobre corrupção e tráfico de influências, alianças políticas inconsistentes e inexplicáveis e o resultado é uma janela mostrando um futuro não tão acolhedor quanto o passado.

Mas apesar de tudo isso, como noticiado na Veja, o país conseguiu triunfos econômicos inimagináveis há alguns anos atrás. Multinacionais brasileiras crescendo no mercado internacional, como a Vale e a Embraer ( contrariando o ideário estatizante oficial ), mostram que, se o Estado não atrapalha, o país dá certo. Todas as conquistas relatadas na revista remetem à atividades em que a participação do Estado é irrelevante. Se olharmos para os setores onde a atuação estatal, seja como fiscalizadora, financiadora ou incentivadora, é essencial, não constatamos os mesmos resultados dos demais setores.

É hora de pensar nas razões para que a Vale do Rio Doce se torne uma das 3 maiores mineradoras do mundo e a Embraer esteja entre os 5 maiores fabricantes internacionais de aviões, enquanto tem gente no governo que sonha com sua reestatização. Enquanto empresas e bancos brasileiros crescem no mercado externo, a Petrobrás ficou de fora na exploração de petróleo em Angola, somando-se a isso o chute que levou na Bolívia.

Só faltou uma tarja na capa de Veja: O Governo faz mal a saúde do país.

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