segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A VOLTA DO DRAGÃO.

O dragão da inflação parece doido para voltar e a responsabilidade disso é exclusivamente de uma política irresponsável promovida desde a administração FHC até os dias de hoje. Parece aos nossos governantes que política monetária se faz com alta de juros suficientes para conter a ânsia consumista de um povo que não sabe poupar. E isso é verdade, mas qual será a razão de países com políticas monetárias de incentivo ao consumo conseguirem lidar melhor com a ameaça inflacionária do que nós? Simples, eles controlam os gastos públicos e nós fazemos o contrário.

É muito fácil colocar a culpa nos carnês das Casas Bahia do que assumir que distribuir emprego para a companheirada tem um alto custo social. Ao recusar-se a enxugar a máquina pública o governo aumenta sua necessidade de financiamento e passa a pagar juros exorbitantes no mercado. Se ao invés disso houvesse a real preocupação em diminuir os gastos, a necessidade de financiamento público diminuiria e poderia ajudar a reduzir a carga tributária, além de reduzir os valores astronômicos de juros pagos ao mercado financeiro.

A falta de lógica em um Ministério que não cabe na sala de reuniões do Palácio do Planalto e na ampla e generalizada distribuição e criação de cargos novos de livre nomeação, evidencia a falta de vontade em realizar uma profunda mudança de mentalidade administrativa. Para um governo que transforma a Secretaria de Pesca em Ministério, criando cargos comissionados a rodo, sem qualquer relação disso com a solução dos problemas do setor, deixa claro que economizar não é a meta desse e de nenhum governo. Afinal, como alimentar a fome do PMDB e do próprio PT?

Para que economizar se a população não reage diante de uma carga tributária imoral? Para que moralizar a administração pública se não existe fiscalização e os outros dois poderes também adoram gastar mais do que podem? Informatização e automatização de serviços públicos nem passam pela cabeça de nossos governantes, exceto quando serve para aumentar a arrecadação. Se na iniciativa privada a palavra de ordem é reduzir os graus hierárquicos, enxugando a cadeia de comando tornando-a mais ágil, no serviço público a palavra de ordem é o contrário. Isso sem falar na irrelevância do quesito competência.

E a ameaça da inflação começa a gerar os primeiros sinais de problemas a vista, como as prestações dos contratos habitacionais. E isso serve para desmascarar a pretensa preocupação social de um Governo demagogo, pois quem paga prestação de casa própria a perder de vista não é a elite.

Mas tudo isso não importa, pois enquanto a popularidade do nosso Pequeno Timoneiro estiver acima de 50%, nada vai mudar.

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